sexta-feira, 2 de abril de 2010

Messir Luís

Messir Luís,




Este texto é para ti, Luís, meu amigo. Que saudades e quantas vezes pensei em ti fiel amigo. Quantas vezes pedi, para que estivesses bem. Eu era ainda uma menina quando te vi a última vez, mas nunca te vou esquecer.

Foste o primeiro a chegar à casa de saúde quando eu nasci, sim, chegaste antes do meu pai. Desde que nasci que te dispuseste a cuidar de mim, não havendo lugar para discussões. As minhas fraldas foram sempre lavadas e passadas por ti, e nunca foi essa a tua função.

Quando eu chegava do colégio, lá estavas para perguntar como tinha corrido a escola; e também querias saber das minhas notas. Castigavas-me se me apanhavas a ir descalça para a rua. Nada era demais para a tua menina.

A tua lealdade, era a toda a prova, se eu ia de férias cuidavas do petit, o meu lindo pincher; uma vez fizeste o veterinário ir lá a casa porque o petit tinha uma carraça numa orelha. E não havia lugar para discussões, nem o veterinário te conseguia dizer não.

Contigo aprendi a cozinhar, contigo aprendi a fazer maionese. Desde os meus cinco anos que fui invadindo o teu terreno; não que gostasses muito que eu cozinhasse mas como eu insistia, tu lá cedias.

Outra vez quando regressei de férias tinhas congelado um dos peixes do aquário que tinha morrido.

Outra vez numa época conturbada, quando me apontaram uma kalashnikov, deste uma palmada na mão do portador da mesma e disseste “ xu, não vê que é moana” e também esse desconhecido te obedeceu e me deixou em paz.

Quando se falava em eu ir estudar para Lisboa, tu dizias sempre “nosso vai também”ao que o meu pai sempre respondias “Luís, tu não vais gostar, em Lisboa faz muito frio”ao que tu rematavas “e quem vai tomar conta da criança?”

O que terás pensado quando de repente nos fomos todos embora? Ficas-te em nossa casa, à nossa espera. Nunca me despedi de ti , AMIGO.

Não sei onde nem quando nasceste, não sei o teu apelido, não sei o que foi feito de ti. Mas sei que para mim sempre foste um grande Senhor e o meu amigo. Obrigada.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Macaneta - Um dia Feliz

Olá,



O dia de hoje foi fantástico, fomos a Macaneta, chegar até lá foi uma aventura devido à estrada, vou mandar uma fotografia da estrada.

Depois tivemos que passar um rio, vou mandar uma fotografia com umas pessoas a passar para verem por onde andamos. No regresso como a maré estava a encher tiveram que nos vir buscar com um barco; este povo é fantático; quando estavamos a atravessar a tia Tina enterrou-se no matope e caiu, veio um senhor ajudar-nos e mandou vir um barco da outra margem para fazermoa a travessia. Os meus chinelos estavam pretos do matope e o senhor lavou-me os chinelos apesar de todos os meus protestos. Eu vou mandar-vos uma fotografia dos nossos pés a quando da primeira travessia.

Na praia tivemos a visita de uns cabritos, vejam fotografia.

Comprámos 4,5 Kg de caranguejo por 2,5 Euro e uns 3 Kg de ameijoas por 1 euro. Acabamos de jantar estas iguarias, que estavam uma delícia.

Comprámos as ameijoas a umas miudas com quem nos fartámos de rir, depois apareceu uma mulher a vender ameijoas e estava a levar mais caro, então a miúda disse-lhe: estas brancas não são como aquelas que costumas enganar lá na cidade, isso não se faz estares a levar-lhes esse preço.

Bem no meio de tantas iguarias como se isto não chegasse tinhamos duas galinhas à piri-piri sendo uma delas à Zambeziana, e depois dizemos que estamos gordas.

Eramos para comer as ditas cujas galinhas num terreno de um conhecido do Quim ( filho da Tia Tina) mas como a Isaura tinha um compromisso no Maputo acabamos por só comer fruta nesse terreno.

Infelizmente as férias estão a acabar, eu nem quero acreditar que para a semana estou no frio e fechada dentro de um escritório. Enfim, o melhor é não pensar nisso para não estragar o dia de amanhã.



Um beijo

Guida

Quem te conhece jamais te esquece

Foi-me feito o convite, para escrever sobre o meu quotidiano na Holanda, o que espero vir a fazer em futuras ocasiões.


Mas por agora parece-me apropriado escrever sobre o que faz, com que Tete seja tão especial para mim, ou seja as suas

gentes.


Os Tetenses são hospitaleiros, gentis, amigos de seu amigo.


Eu vivi em Tete entre os meus 9 e 13 anos e até hoje, as minhas verdadeiras amizades, são as que


fiz em Tete.

Todos os dias arranjamos um bocadinho, para nos encontrarmos na Net.


Em Fevereiro deste ano estive em Tete e tive a oportunidade de ver que a cidade cresceu, mas que a antiga


hospitalidade, se manteve.


Pude sentir, como se é recebido em Tete, ou seja de braços abertos.


Em Moatize, ao entrar numa loja para comprar a internet móvel, apercebi-me


que a loja já tinha fechado ao público.

Um pouco envergonhada, lá expliquei que estava de férias e sem internet.

Com muita simpatia, logo se dispuseram a atender-me e assim pude comprar o que precisava.


Como bons Tetenses sempre prontos a ajudar, disseram-me “se não conseguir instalar a net, pode ir logo à


loja em Tete, que a ajudam a fazer a instalação”.


Tete, quem te conhece jamais te esquece.